Os conflitos familiares são um tema certamente delicado para muitas famílias, embora perfeitamente comum e natural.
É possível que em algum momento das nossas vidas já tenhamos passado por um período de maior instabilidade familiar por diversos motivos. As divergências de opinião, as expectativas, as personalidades e necessidades díspares podem, por vezes, transformar o ambiente familiar num autêntico campo de batalha emocional onde cada um se barrica na sua trincheira ou fica em formação de ataque!
Neste sentido, antes de procuramos soluções para os conflitos é importante reconhecer que estes são expectáveis e comuns em qualquer dinâmica familiar. As diferenças individuais e as mudanças ao longo do ciclo desenvolvimental tanto das crianças como dos adultos, podem resultar em desentendimentos. Este facto não significa que a família está condenada à discórdia, mas sim que é importante enfrentar estes desafios com serenidade e empatia.
Uma das principais bases para lidar com conflitos familiares é a comunicação
Isto é, estar disponível para ouvir o outro e dialogar de forma aberta e respeitosa, procurar entender os diferentes pontos de vista, assim como dar espaço para a expressão emocional de cada um e esforçar-se para encontrar soluções em conjunto, acolhendo as preocupações, queixas ou dificuldades que cada um sente ou demonstra.
Para que haja espaço e abertura à comunicação, devem evitar-se interrupções, julgamentos ou críticas quando um dos elementos da família está a expressar o que sente ou pensa.
Quando procuramos compreender o ponto de vista do outro, com empatia e genuinidade, conseguimos criar uma via de comunicação mais fluída.
Escolher os momentos para discutir ou debater determinado assunto mais sensível pode também ser importante, pois, se todos estiverem cansados, irritados ou com a cabeça “noutro lugar”, será mais difícil ter esta disponibilidade. Escolha momentos mais tranquilos, em que não haja compromissos marcados para poder abordar os problemas de forma serena.
Um outro aspeto relevante é definir claramente o problema e o que se pretende alcançar com a resolução do conflito, dado que só assim é possível manter o foco na solução.
É fundamental estar disponível para negociar e fazer cedências em algumas áreas/questões. É possível que uma parte significativa da resolução do conflito passe pela negociação e pelo estabelecimento de um compromisso que funcione para todos e com o qual todos concordem.
Aqui não está em causa “ganhar” ou “perder”…
…mas sim encontrar soluções que atendam ao bem-estar de todos os envolvidos. Cada elemento da família tem os seus próprios limites e necessidades, devendo estes ser tomados em consideração.
Por fim, se os conflitos persistem no tempo e causam grande tensão e disrupção familiar, considere procurar a ajuda de um profissional.
Por vezes, não conseguimos lidar com tudo sozinhos e está tudo bem com isso!
Não encare como sinal de incapacidade, simplesmente há momentos da nossa vida ou problemas concretos para os quais ainda não temos as ferramentas necessárias.
Quando a família se torna o campo de batalha, lembre-se de que estão todos “do mesmo lado” e resolver conflitos exige tempo, paciência e esforço de todos os envolvidos. O objetivo é fortalecer os relacionamentos familiares e criar um ambiente de apoio e compreensão mútua.
Estou disponível para ajudá-lo (a) no seu percurso de autodescoberta, desenvolvimento e a superar desafios.