Já alguma vez passou demasiado tempo a equacionar todas as possibilidades para uma determinada decisão e perdeu uma oportunidade importante?
Ou já se deparou com situações em que qualquer opção que lhe ocorre causa tamanha ansiedade que acaba por decidir ficar exatamente como está, sentindo-se frustrado no final?
Talvez sim, e certamente não será o único (a) a senti-lo (a).
São inúmeras as decisões com que somos confrontados diariamente, desde as mais elementares às mais complexas. E, se algumas não impactam de forma significativa as nossas vidas, (por exemplo decidir o que vestir), existem muitas outras que têm uma influência decisiva, podendo até colidir com os nossos objetivos, valores e necessidades, como por exemplo, uma mudança de emprego ou a escolha de um curso ou profissão.
A forma como tomamos decisões é influenciada por diversos fatores, nomeadamente, as informações que dispomos sobre a temática da nossa decisão, as nossas crenças (“serei capaz?”, “se decidir mal, vai ser um desastre”, etc.), o nosso autoconhecimento e autoconfiança, as nossas expectativas e pela ansiedade que a incerteza associada à tomada de decisão pode gerar.
Assim, tomar uma decisão é um processo que envolve uma componente racional, onde se analisam os custos e benefícios de cada opção disponível, e uma componente emocional.
O medo, a ansiedade ou a preocupação têm um papel relevante de proteção face a eventuais perigos e podem sinalizar situações que possam não ser tão vantajosas para nós. Porém, quando falamos destas emoções associadas ao processo de tomada de decisão, elas parecem estar sobretudo relacionadas com o fator incerteza, com o medo do fracasso ou do julgamento dos outros.
Mas, a verdade é que qualquer decisão que tomemos trará sempre consigo um certo grau de incerteza do qual não podemos “fugir”.
E esta incerteza, não raras vezes, causa um medo maior do que a mudança em si, como se quiséssemos sair da gaiola que nos aprisiona, mas ao mesmo tempo o que está fora dela nos assuste ainda mais, porque é desconhecido.
Então o que pode fazer para não estar preso na gaiola do medo ou da incerteza?
O autoconhecimento é fundamental. Pode começar por elencar o que é importante para si e colocar esses aspetos por ordem de relevância tentando depois relacionar esta ordem com as opções que está a considerar. Conhecer as suas necessidades e valores, ajudará a tomar decisões mais conscientes e alinhadas com os seus objetivos.
Analise as vantagens e desvantagens de cada opção, por exemplo, escrevendo as opções disponíveis e identificando os pontos positivos e negativos de cada uma delas. E faça um balanço das várias opções que está a considerar.
Identifique as possíveis dificuldades que antecipa face a cada opção que descreveu, bem como de que forma pode superar essas dificuldades (quais as ações ou estratégias que pode aplicar).
Por fim, experimente e teste. Avance com a decisão ou solução que lhe parece ser a mais ajustada às suas necessidades e objetivos, considerando tudo o que ponderou.
Ainda que seja importante ter em conta que tomar decisões envolve risco e que há fatores que não controlamos, ao estarmos mais envolvidos e conscientes nos processos de tomada de decisão podemos tornar-nos mais empoderados e capazes de avançar para as decisões que temos de tomar.
A metáfora da gaiola do medo descreve aquilo que pode constituir-se como uma barreira real na tomada de decisão. As nossas crenças, a falta de autoconhecimento, a ansiedade e o medo podem aprisionar-nos num ciclo de indecisão.
Invista no autoconhecimento, na análise consciente das opções que dispõe, pondere custos e benefícios e pratique a aceitação.
Ao fazê-lo está a permitir que as decisões sejam guiadas pela liberdade e consciência.
E se sentir que o medo e a incerteza o estão a afastar dos seus objetivos e que não está a conseguir sozinho, um psicólogo pode ajudar!
Estou disponível para ajudá-lo (a) no seu percurso de autodescoberta, desenvolvimento e a superar desafios.